sábado, 5 de abril de 2008

Cabeça, peito e baixo-ventre



Não se trata de uma aula de anatomia. Apesar de designar a divisão do corpo humano na época (século V a.C.), essa era também a divisão social. A cada uma dessas partes correspondiam, respectivamente, os representantes de cada classe social. À cabeça correspondiam o pensamento e aqueles que viviam no ócio, como era o caso dos filósofos, dos governantes. O peito representava a força física e o sentimento, a fé, e a ele estavam relacionados os soldados, os artesãos e, também, os sacerdotes. Já o baixo-ventre, que era tudo o que estivesse abaixo do peito, representava a plebe, o povo, aqueles a que só restava o labor.

Nesse período, viveu Sócrates, o filósofo. Ele não fazia distinção de classes para a prática do filosofar. Andava pelas ruas de Atenas e pela Ágora, parando a todos que encontrava no caminho, para conversar sobre filosofia. Para Sócrates, o filosofar tinha que ser para todos. Talvez por isso ele fosse inimigo, combatente mesmo, dos sofistas, cuja educação era para quem pudesse pagar.

O método filosófico de Sócrates - denominado método maiêutico, pelos seus seguidores - possuia dois momentos. O primeiro, a Ironia (do grego e do latim, = perguntar), consistia em fazer perguntas, para questionar o conhecimento de seu interlocutor. Em uma segunda parte, Sócrates, levava o seu interlocutor a entrar em contradição, tentando depois levá-lo a chegar à conclusão de que o seu conhecimento é limitado.

O Método Socrático é uma abordagem para geração e validação de idéias e conceitos baseada em perguntas, respostas e mais perguntas. Também conhecido como Maiêutica: é o método que consiste em parir idéias complexas a partir de perguntas simples e articuladas dentro dum contexto.

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