domingo, 23 de março de 2008

Para quem sonha com a carreira jurídica


Li essa matéria no site do Correio Brasiliense voltado para concursos e achei interessante para quem está na faculdade e já tem em mente seguir a carreira jurídica. O caminho das pedras é difícil, mas tem suas recompensas. E já é hora de começar a se preparar...


ps.: no caso de o link não funcionar, a matéria está postada no comentário deste post...

Um comentário:

Sandy Sousa disse...

Seleções de carreiras jurídicas no DF exigem muito dos concurseiros
21/03/2008 15:10

Lígia Maria Lopez - Do Correio Braziliense

Magistratura, promotoria pública, procuradoria. Carreiras desejadas por muitos, mas conquistadas por poucos, muito poucos. Na largada do último concurso do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por exemplo, havia nada menos que 2.236 candidatos concorrendo a 13 vagas. Já no primeiro obstáculo, a prova objetiva, muitos reprovados. Somente 149 pessoas conseguiram alcançar o mínimo exigido pelo concurso: nota igual ou superior a 60 pontos e classificação entre os 150 primeiros. Após a prova discursiva da segunda fase, apenas 21 aprovados.

No certame do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), a situação não é diferente: em 2007, foram 2.108 pessoas para 51 vagas de juiz substituto. Mas apenas 228 conseguiram passar pelo estreito funil e submeter-se à segunda fase, pela qual somente seis pessoas foram aprovadas. Para o presidente da Comissão de Concurso para Magistratura do TDFJ e vice-presidente da Casa, Romão Cícero, a reprovação de tantos candidatos está na qualidade do ensino, não na dificuldade do certame. "Ou o ensino evolui para que seja mantido o padrão do passado ou o Estado flexibiliza para prover os cargos com os bacharéis que estão no mercado", critica ele.

Mas o que dizer de quem chega lá, apesar de ter estudado em uma instituição de nenhum prestígio e da jornada diária de 10 horas de trabalho? "Utilizei as dificuldades da minha vida como um diferencial positivo", conta o juiz de direito e professor Fábio Francisco Esteves, 27, aprovado, em 2006, no concurso para juiz do TJDFT. "O fato de ter estudado numa universidade com pouca estrutura deu-me forças, porque eu tinha menos chances do que os outros e por isso precisava me preparar mais", diz. E foi o que ele fez. Egresso da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS) e funcionário do Banco do Brasil, Esteves transferiu-se para Brasília em busca de um contexto mais favorável para a realização do sonho. Afinal, aqui havia -- e ainda há -- bibliotecas, salas de estudos e bons cursos preparatórios. Mas existiam dificuldades para conquistar o sonho acalentado desde a adolescência: era preciso dividir o tempo entre o trabalho e os livros. E durante três anos, todos os fins de semana e janelas ocasionais na agenda foram dedicados ao desejo de ingressar na magistratura.

Disciplina
Aos sábados e domingos, o dia começava às 8h, com as matérias que considerava mais difíceis, como direito comercial, tributário e processual civil. Já as prediletas, como direto constitucional, penal e civil, ficavam para o período da tarde. A jornada era dividida em horários de 50 minutos de leitura e exercícios com intervalos de 10, esquema que era distribuído nos dois turnos -- manhã e tarde. "Eu estudava direto e parava a cada 50 minutos para relaxar, tomar um café e esvaziar a mente", lembra. Além disso, havia duas horas destinadas ao almoço e ao cochilo. "As pessoas se esquecem de que dormir é importante, refaz as energias", observa.

Por isso, as leituras complementares, depois que saía do curso preparatório, nunca entravam pela noite e só ocorriam quando o cansaço não era muito grande. Afinal, era preciso estar com a mente fresca para saltar da cama antes das 6h da manhã e repassar a matéria antes de sair para o trabalho, às 7h30. "Tive que fazer um grande esforço para me disciplinar assim. Fui rígido comigo mesmo para aproveitar bem o meu tempo". A disciplina entrou até nos momentos de prazer. "Não abria mão de ver os amigos, jantar com eles e ir ao cinema. Eram momentos em que eu espairecia e dos quais não abria mão", revela.

Em matéria de concurso público, aliás, perseverança e disciplina são ingredientes que fazem toda a diferença. "Sem persistência não é possível chegar lá", opina a coordenadora de um curso preparatório para carreiras jurídicas, Ana Maria Prates. "A experiência profissional também é um grande diferencial na seleção", observa outro coordenador de curso preparatório, Claúdio Farig.

Segundo ele, a desenvoltura em interpretar a lei e aplicá-la em casos concretos é a habilidade almejada pelas bancas organizadores desses concursos. "Juízes, promotores, procuradores têm que estar aptos a desenvolver peças processuais, com argumentos consistentes e conhecimentos tanto da lei quanto da jurisprudência. O examinador procura profissionais capazes de resolver dilemas e que não tenham apenas o conhecimento teórico. Afinal, é o que eles farão no cotidiano", ressalta ele.

Por isso, o candidato deve conhecer o entendimento dos tribunais superiores acerca da lei. "Saber a jurisprudência do STJ e do STF é fundamental para quem quer passar por esse funil", diz o professor. No caso dos concursos locais, como para juiz substituto do TJDF, o estudo precisa ser ainda mais específico. "Aconselho que o candidato procure o entendimento do magistrado que fará parte da banca e procure saber como aquele examinador entende a lei", afirma.